setembro 23, 2007

Capítulo 5 - Sobre a firmeza.

A força é a energia acumulada ou a que se percebe. Isto é muito mutável. Os especialistas são capazes de vencer o inimigo criando uma percepção favorável neles, assim obter a vitória sem necessidade de exercer sua força.

Governar sobre muitas pessoas como se fossem poucas é uma questão de dividi-las em grupos ou setores: é organização. Batalhar contra um grande número de tropas como se fossem poucas é uma questão de demostrar força, símbolos e sinais.

Refere-se a conseguir uma percepção de força e poder na oposição. No campo de batalha se refere às formações e bandeiras utilizadas para organizar as tropas e coordenar seus movimentos.

Conseguir que o exército seja capaz de combater contra o adversário sem ser derrotado é uma questão de empregar métodos ortodoxos ou heterodoxos.

A ortodoxia e a heterodoxia não são elementos fixo, senão que se utilizam como um ciclo. Um imperador que foi um famoso guerreiro e administrador, falava de manipular as percepções dos adversários sobre o que é ortodoxo e heterodoxo, e depois atacar inesperadamente, combinando ambos métodos até convertê-lo em um, tornando-se quase assim indefinível para o inimigo.

Que o efeito das forças seja como o de pedras arrojadas sobre ovos, é uma questão de cheio e vazio.

Quando induzes os adversários a atacar-te em teu território, sua força sempre está vazia (em desvantagem); enquanto que não competes no que são melhores, tua força sempre estará cheias. Atacar com o vazio contra o cheio é como arrojar pedras sobre ovos: de certeza se quebram.

Quando se inicia uma batalha de maneira direta, a vitória se ganha por surpresa.

O ataque direto é ortodoxo. O ataque indireto é heterodoxo.

Só há duas classes de ataques na batalha: o extraordinário por surpresa e o direto ordinário, porém suas variantes são inumeráveis. O ortodoxo e o heterodoxo se originam reciprocamente, como um circulo sem começo nem fim; quem poderia esgotá-los?

Quando a velocidade do água que flui alcança o ponto em que pode mover as pedras, esta é a força direta. Quando a velocidade e manobrabilidade do falcão é tal que pode atacar e matar, isto é precisão. O mesmo ocorre com os guerreiros especialistas: sua força é rápida, sua precisão certeira. Sua força é como disparar uma catapulta, sua precisão é dar no objetivo previsto e causar o efeito esperado.

A desordem chega da ordem, a covardia surge do valor, a debilidade brota da força.

Se queres fingir desordem para convencer a teus adversários e distrai- los, primeiro tens que organizar o ordem, porque só então podes criar um desordem artificial. Se queres fingir covardia para conhecer a estratégia dos adversários, primeiro tens que ser extremadamente valente, porque só então podes atuar como tímido de maneira artificial. Se queres fingir debilidade para induzir a arrogância em teus inimigos, primeiro deves ser extremadamente forte porque só então podes pretender ser débil.

A ordem e a desordem são uma questão de organização; a covardia é uma questão valentia e de ímpeto; a força e a debilidade são uma questão da formação na batalha.

Quando um exército tem a força do ímpeto (percepção), inclusive o tímido se torna valente, quando perda força do ímpeto, inclusive o valente se converte em tímido. Nada está fixado nas leis da guerra: estas se desenvolvem sobre a base do ímpeto.

Com astúcia se pode antecipar e conseguir que os adversários se convençam a si mesmos como proceder e mover-se; ajuda-os a caminhar pelo caminho que lhes traça. Faz mover-se os inimigos com a perspectiva do triunfo, para que caiam na emboscada.

Os bons guerreiros buscam a efetividade na batalha a partir da força do ímpeto (percepção) e não dependem só da força de seus soldados. são capazes de escolher a melhor gente, empregá-los adequadamente e deixar que a força do ímpeto logre seus objetivos.

Quando há entusiasmo, convicção, ordem, organização, recursos, compromisso dos soldados, tens a força do ímpeto, e o tímido é valoroso. Assim é possível determines os soldados por suas capacidades, habilidades e encomendar-lhes deves e responsabilidades adequadas. O valente pode lutar, o cuidadoso pode fazer sentinela, e o inteligente pode estudar, analisar e comunicar. Cada qual é útil.

Fazer que os soldados lutem permitindo que a força do ímpeto faça seu trabalho é como fazer rodar rocas. As rocas permanecem imóveis quando estão em um lugar plano, porém giram em um plano inclinado; ficam fixas quando são quadradas, porém giram se são redondas. Portanto, quando se conduz os homens à batalha com astúcia, o impulso é como rocas redondas que se precipitam montanha abaixo: esta é a força que produz a vitória.

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