setembro 23, 2007

Capítulo 12 - Sobre a arte de atacar pelo fogo


Existem cinco classes de ataques mediante o fogo: queimar as pessoas, queimar os mantimentos, queimar o equipamento, queimar os depósitos e queimar as armas.

O uso do fogo tem que ter uma base, e exige certos meios. Existem momentos adequados para acender fogos, concretamente quando o tempo é seco e ventoso.

Normalmente, em ataques mediante o fogo é imprescindível seguir os mudanças produzidas por este. Quando o fogo está dentro do acampamento inimigo, prepara-te rapidamente desde fora. Se os soldados se mantêm em calma quando o fogo se inicia, espera e não ataques. Quando o fogo alcança seu ponto álgido, segue-o, se podes; se não, espera.

Em geral, o fogo se utiliza para semear a confusão no inimigo e assim poder atacar-lhe.

Quando o fogo pode ser prendido em campo aberto, não esperes para fazê-lo em seu interior; faça-o quando seja oportuno.

Quando o fogo seja atiçado pelo vento, não ataques em direção contraria a este.

Não é eficaz lutar contra o ímpeto do fogo, porque o inimigo lutará neste caso até a morte.

Se soprou vento durante o dia, à noite amainará.

Um vento diurno cessará ao anoitecer; um vento noturno cessará ao amanhecer.

Os exércitos devem saber que existem variantes das cinco classes de ataques mediante o fogo, e adaptar-se a estas de maneira racional.

Não basta saber como atacar os demais com o fogo, é necessário saber como impedir que os demais te ataquem a ti.

Assim, pois, a utilização do fogo para apoiar um ataque significa claridade, e a utilização do água para apoiar um ataque significa força. A água pode cortar comunicação, porém não pode arrasar.

A água pode ser usada para dividir um exército inimigo, de maneira que sua força se desuna e a tua se fortaleça.

Ganhar combatendo ou levar a cabo um assédio vitorioso sem recompensar a os que tenham méritos traz má fortuna e se faz merecedor de ser chamado avaro. Por isso se disse que um governo esclarecido tem em conta que um bom mando militar recompensa o mérito. Não mobiliza a suas tropas quando não há vantagens que obter: não atuam quando não há nada que ganhar, nem lutam quando não existe perigo.

As armas são instrumentos de mal augúrio, e a guerra é um assunto perigoso. É indispensável impedir uma derrota desastrosa, e portanto, não vale a pena mobilizar um exército por razões insignificantes: as armas só devem ser usadas quando não existe outro remédio.

Um governo não deve mobilizar um exército por ira, e os chefes militares não devem provocar a guerra por cólera.

Atua quando seja benéfico; em caso contrario, desiste. A ira pode converter- se na alegria e a cólera pode converter-se em prazer, porém um povo destruído não pode renascer, e a morte não pode converter-se em vida. Em conseqüência, um governo esclarecido presta atenção a tudo isto, e um bom mando militar o tem em conta. Esta é a maneira de manter à nação a salvo e de conservar intato a seu exército.

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